Não posso prometer (e me desculpe por isso), mas preciso e devo tentar

"Eu

Eu não posso te prometer que não vou lhe decepcionar

E eu

Eu não posso prometer que vou ser 'o único por perto'

Quando sua esperança cair

Mas nós somos jovens

Flores abertas nos campos ventosos desse mundo dilacerado pela guerra

E amamos

Essa cidade que respira a praga de amar coisas mais do que seus criadores

(...)

Mas segure no que você acredita, na luz

Quando a escuridão lhe roubar toda sua visão"

(Mumford & Sons - Hold On To What You Believe)

O único Caminho é segurar-se na luz. O único Caminho é a própria luz. Ele mesmo disse: "sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim". E também disse: "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida". Ele, Jesus.

O ser humano, falho, não pode prometer que não decepcionará o outro. Nem que será "aquele que estará sempre por perto". Veja: a impossibilidade da promessa não é pela ausência do "querer" ou do "tentar" estar sempre por perto, mas pela inviabilidade do cumprimento constante e perfeito disso.

Mas somos jovens (ou não!). Na verdade, trata-se de sermos jovens em nossas almas. Renovados sempre. Somos flores abertas, já dilaceradas pela guerra e que permanecerão sendo, até o fim de nossas vidas neste mundo. Jesus (novamente) já havia nos alertado quanto a isso: "No mundo tereis aflições". Nesta cidade que respira a praga de amar coisas mais do que seus criadores. Coisas mais do que gente. E quase nos transformamos em "coisas ambulantes", cobertos de coisas penduradas e invejando coisas alheias.

Não se deixe levar. Se segure no que você acredita, na Luz. Quando a escuridão lhe roubar toda a visão, a Luz permanecerá ali. Exporá a você as trevas que existem em teu ser e no ser do outro. Mas não tenha medo (nem do outro, nem de você mesmo): quanto mais as trevas são expostas, mais compreendemos, mais enxergamos a Verdade e nos aproximamos dela. E se nos achegamos à Verdade, nos achegamos ao Caminho e à própria Vida.

"Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo". Dia após dia, nos seguramos na luz e vencemos a escuridão. A nossa e a alheia. E a cada dia nos tornamos luz por meio daquele que é a Luz. Junto a Ele.

"Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus" (Mateus 5:14-16).

Não podemos prometer. Mas podemos, devemos e precisamos tentar. E Ele esteve, está e estará conosco ("aquele que era, que é e que há de vir"). Ele prometeu (e Ele é fiel - nele não há "mudança nem sombra de variação"): "E eis que estarei convosco até a consumação dos séculos". Vivamos isso no nosso dia a dia, em cada oração, em cada palavra, em cada gesto.

Não subestime a escuridão que há em você e ao seu redor, e que cresce. Porém, também não a superestime. Simplesmente segure-se na Luz que dissipa todas as trevas. E não solte. Segure-se no que (ou melhor, naquele em quem) você acredita. E ilumine toda essa escuridão. E peça a Deus que não te permita esquecer disso nem por um segundo.

"O povo, que estava assentado em trevas, viu uma grande luz; e, aos que estavam assentados na região e sombra da morte, a luz raiou. Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: 'Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus'" (Mateus 4:16-17).